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Volume 8 - 2024
 

Sigamos na (difícil) reconstrução

 

E chegamos ao nosso volume 8 cheios de expectativas pelas contribuições que receberemos aqui em A Bruxa. Seus textos serão, como sempre, muito bem-vindos! Estamos cientes que o Brasil está em plena reconstrução e que reconstruir é muito difícil, ainda mais quando se pega terra arrasada. Mas igualmente sabemos que o senso crítico, o equilíbrio e a busca por justiça devem guiar toda boa reconstrução social que se preza.

Há muito o que fazer e isso passa, direta e indiretamente, pela causa ambiental. Como no caso dos nossos irmãos e irmãs Ianomâmi, massacrados e desassistidos em 2022 (e nos anos anteriores, diga-se de passagem), com respiros de melhoria em 2023, mas ainda em risco cruel – como todos os povos originários e populações socialmente vulneráveis deste nosso país tão desigual. Afinal, enquanto garimpeiros, grileiros, atravessadores e latifundiários continuarem destroçando os recursos naturais, culturais e sociais, ninguém estará a salvo no planeta Terra. Embora, cá entre nós, uns poucos privilegiados estejam sempre mais a salvo do que os outros.

Dentre as lendas e causos que o povo conta, e que se constituem em uma tremenda riqueza cultural, uma das narrativas mais interessantes é a dos grandes bichos que dormem sob as cidades. No Norte e no Nordeste essas narrativas são mais comuns, sendo os bichos enterrados mais cotados as cobras (especialmente no Norte) e as baleias (especialmente no Nordeste). Um de nós (ERDS) em pessoa escutou essa narrativa, relativa ao município de Cristino Castro, no interior do Piauí, onde estaria enterrada uma baleia. Os bichos fantasiosos de tais relatos fantásticos têm algumas coisas em comum, como o tamanho quilométrico, o fato de terem chegado nadando por rios ou canais subterrâneos, de terem bebido muita água e depois adormecido, e o receio local de que acordem e, com isso, causem terremotos que afundariam a cidade.

Parece impressionante que, ainda hoje em dia, tenha gente que acredite nisso. Mas será que é tão inverossímil assim? Faça um exercício de imaginação: troque a grande baleia, a água bebida e a cidadezinha de interior por, respectivamente, um mega conglomerado capitalista, sal-gema e uma capital litorânea do Nordeste brasileiro. Pois é, agora parece fazer mais sentido, não?

Sigamos. Temos muito a fazer. Venha voar conosco, venha voar com A Bruxa.

Da-Silva, E.R. & Coelho, L.B.N.

                                                                                                                                                                                       (Editores)

                                                                                                                                                                                     30 de janeiro de 2024

                                                                                                                                                                                                     

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Fonte: Imagens múltiplas Bing, montagem e edição no Photoshop

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